sexta-feira, novembro 16, 2007

Quantidade não é qualidade

Depois de muitos meses sem postar nada, resolvi escrever poucas linhas daquilo que penso a respeito do evangelicalismo brasileiro.
Segundo pesquisa os evangélicos já são mais de 15% dos brasileiros.
Esse índice deveria ser motivo de alegria mas tem sido de tristeza.
Se somos tão numerosos por que nada mudou em nosso país?
Se o número de evangélicos só aumenta, como nossa sociedade não muda?
Infelizmente só vemos aumentar a criminalidade, violência, corrupção (inclusive de pretensos evangélicos) em nosso país.
A explicação para o fenômeno pode residir na qualidade dos cristãos evangélicos brasileiros.
Pergunte a maioria se alguém tem o costume de ler a Bíblia. Pergunte quantos conhecem a Palavra de Deus. Quanto tempo levam por dia no estudo das Sagradas Escrituras?
O que vemos com tristeza em nossos corações são os louvorzões, congressos, campanhas, correntes de gideões, 70 ex-mães de santo, etc.
Mas pouco tempo ou nenhum com o estudo da Palavra de Deus.
Minha oração é que Deus faça um verdadeiro avivamento em nossa sociedade, o que certamente irá redundar em mudança de vidas, da sociedade e pessoas íntegras que glorifiquem a Deus com suas vidas.

sexta-feira, junho 08, 2007

Maldições hereditárias ou pecado pessoal?

Mesmo sem tempo para postar, resolvir contribuir com algo hoje.
Li este post no blog do Rev. Ewerton Tokashiki e gostei muito.
Quem quiser comentar para o autor, poderá fazê-lo
aqui.

Há alguns anos o meio evangélico têm se contaminado com uma perniciosa doutrina. Este ensino diz que: "apesar de você ter Jesus como o seu Salvador, e ser salvo, é possível que existam maldições hereditárias, ou seja, maldições por causa dos pecados de algum antepassado que não tenham sido perdoados, e que conseqüentemente, ainda recaem sobre a sua vida". Então, com esta doutrina se conclui que "por isso, você não é abençoado, não prosperá, e por causa disso você tem doenças e males que não consegue se livrar, apesar de ser salvo". Usam como base bíblica, geralmente, a passagem em que Deus declara que "visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (Êx 20:5). A Bíblia mal interpretada é a mãe das heresias! Esta ameaça pronunciada por Deus se refere aos que não eram salvos, e permaneciam na idolatria, desprezando ao único Deus vivo e verdadeiro. O Senhor não está declarando que apesar de convertidos Ele ainda assim persistirá em amaldiçoar por causa dos pecados dos pais! A maldição é para aqueles que aborrecem ao Senhor, e não sobre os que o amam; porque sobre os que amam o Senhor, a misericórdia perdurará até mil gerações! (Keil & Delitzsch, Biblical Commentary on the Old Testament, pp. 117-118).

É verdade que alguns textos nas Escrituras declaram que o pecado dos pais têm influência sobre a vida dos seus filhos (Lv 26:39; Is 55:7; Jr 16:11; Dn 9:16; Am 7:17). Mas, isto deve ser bem entendido, pois não é uma referência à maldição hereditária, mas à persistência dos filhos de não abandonar os pecados dos pais. Sendo fiéis ao contexto histórico de toda a narrativa, perceberemos que estas passagens são exortações ao arrependimento, porque a punição era por pecados que tiveram origem nos pais, ou antepassados mais remotos, mas eram pecados ainda perpetuados e praticados por eles mesmos. Nisto percebemos que o cultivo duma cultura familiar corrompida por vícios, idolatria e imoralidades, pecados que são cometidos em família, ensinados pelos pais aos filhos trará a ausência das bençãos pactuais de Deus, mas, cada um será responsável por si, e enquanto não houver verdadeiro arrependimento não haverá transformação.

Desde o Antigo Testamento esta idéia se fazia presente no meio do povo de Israel. O profeta Ezequiel denuncia o pecado do povo por acreditar "que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?" (Ez 18:2). Entretanto, após a repreensão segue a intrução do Senhor dizendo: "tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá (Ez 18:3-4). A argumentação do profeta continua em todo o contexto posterior, deixando bem claro que cada um é responsável pelos seus próprios pecados, e não será o filho punido por causa do pai, nem o pai por causa do filho (versos 5-22).

Os discípulos de Cristo necessitaram ser corrigidos deste erro. Numa certa ocasião encontraram um jovem cego de nascença, e questionaram: "mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?" (Jo 9:2). A redundante resposta de Jesus fechou o assunto, ao dizer que: "nem ele pecou, nem os seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus" (vs. 3). Os males físicos e temporais são instrumentos da providência de Deus, para que a Sua glória se manifeste no meio do Seu povo escolhido, e assim, a Sua vontade se torne conhecida (Jo:9:35-39; Rm 8:28).

Quando os verdadeiros crentes caem em pecado, mesmo pecados graves e escandalosos, eles não são abandonados por Deus. Deus nunca desiste deles (Rm 8:31-39). Como um Pai restaura os seus filhos, os disciplina “porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos”(Hb 12:6, ARA). O apóstolo Paulo afirma esta mesma verdade dizendo que “quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo” (1 Co 11:32). É possível cair em pecado, mas é impossível cair da graça de Deus. O teólogo inglês J.I. Packer declara que "às vezes, os regenerados apostatam e caem em grave pecado. Mas nisto eles agem fora de seu caráter, violentam sua própria nova natureza e fazem-se profundamente miseráveis, até que finalmente buscam e encontram sua restauração à vida de retidão. Ao rever sua falta, ela lhes parece ter sido loucura."[Teologia Concisa, p. 224]. O pecado é corrigido individualmente.

Como individualmente pecamos, também somos chamados ao arrependimento! Não posso me arrepender por outra pessoa; entretanto, devo interceder por ela, se ela estiver viva. Não é possível pedir perdão pelos pecados dos meus filhos, nem irmãos, pais, avós ou qualquer outro antepassado. Pecado é confessado, e somente é perdoado pessoalmente. A Bíblia diz que as bençãos da Aliança acompanharão os nossos filhos, pois eles são filhos da promessa. Se você é filho de Deus, você é co-herdeiro com Cristo Jesus do amor de Deus (Rm 8:16-17), e esta é uma promessa para os seus filhos (At 2:39). Mas a Palavra de Deus não ensina que os nossos pecados serão cobrados dos nossos descendentes. Deus haveria de puní-los por uma irresponsabilidade nossa? A doutrina da maldição hereditária nega tanto a suficiência de Cristo, em perdoar graciosamente os nossos pecados, como a fidelidade de Deus em cumprir as Suas promessas.

Recomendo para uma leitura posterior:
1. David Powlison, Confrontos de Poder (Editora Cultura Cristã).
2. Augustus Nicodemus Lopes, Batalha Espiritual (Editora Cultura Cristã).

Escrito por Ewerton B. Tokashiki

domingo, fevereiro 04, 2007

Moisés foi o autor

Recomendo o texto do Rev. Ewerton Tokashiki sobre a autoria mosaica do Pentateuco postado em seu ótimo blog, o Estudantes de Teologia.

Moisés escreveu o Pentateuco

Não há no Pentateuco uma declaração objetiva de que Moisés tenha escrito o Pentateuco. Todavia, há testemunho suficiente, que apóia a sua autoria. A ausência do nome do autor harmoniza-se com a prática do Antigo Testamento em particular, e com as obras literárias antigas em geral. No antigo Oriente Médio, o “autor” era basicamente um preservador do passado, limitando-se ao uso de material e metodologia tradicionais, conforme já foi observado.

Para continuar a leitura, clique aqui.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Sobre tudo o que se deve guardar

"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida." Provérbios 4:23

Diante de tanta poluição visual, sonora e intelectual a que somos submetidos no mundo de hoje, como guardar puro nosso coração?
O que fazer para não ser influenciado mesmo no meio de pessoas que, pelo menos em tese, compartilham da mesma fé que você mas que possuem idéias tão dissonantes acerca da vontade de Deus, Sua Graça e Misericórdia?
Como não se contaminar com os outdoors espalhados por todos os cantos da cidade?
Como não ser influenciado pelo pragmatismo de fazer uso de uma teologia não muito ortodoxa mas que enche os templos?
É simples: buscando cada dia mais a face de Deus.
Oração e leitura da Bíblia (Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a tua palavra. Salmo 119:9).
É simples, mas também é difícil.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

A fidelidade de Deus e Jacó

Hoje estava lendo sobre Jacó e percebi algo interessante: como a graça e a misericórdia de Deus são independentes de nossas atitudes.
Em Gênesis 25:23, Deus fala a Rebeca que seu filho mais velho seria servo do mais moço (sim é a mesma passagem usada por Paulo em Romanos 9, mas hoje não falarei sobre eleição).
Mesmo sabendo disso, Rebeca orienta Jacó a mentir a seu pai Isaque e "roubar" a benção que seria, em teoria, do primogênito, ou seja, de Esaú (Gen 27).
Jacó chega a usar o nome de Deus em vão: "Respondeu Jacó a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito; tenho feito como me disseste; levanta-te, pois, senta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe. Perguntou Isaque a seu filho: Como é que tão depressa a achaste, filho meu? Respondeu ele: Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro." Gen 27:19-20.
É interessante notar que mesmo assim Deus abençoa a Jacó (Gen 28: 13-15). Deus continuou fiel a promessa dada a Rebeca. Olhando por outro prisma: era decreto de Deus (opa, não ia falar sobre eleição).
Por olhos humanos: se eu dissesse para alguém que ia fazer algo de bom e essa pessoa me aborrecesse, meu instinto seria o de voltar atrás e não fazer o que havia prometido. Mas Deus não. Ele perdoa, disciplina (vejo a trapaça de Labão como disciplina divina) e continua agindo com Sua maravilhosa graça.
Por aí podemos concluir que a graça de Deus independe de qualquer mérito humano.
Se fosse por mérito, nem Jacó muito menos o profano Esaú (Heb 12:16) seriam escolhidos ou abençoados.
Graças a Deus, portanto, pela Sua graça imerecida. Só mesmo assim um pecador como eu teria sido escolhido.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Posts grandes ou pequenos: o problema da freqüência de postagens

Estive pensando em escrever posts pequenos mas quando se escreve com pouca freqüência, dá vontade de escrever uma grande reflexão.
Mas tenho me deparado com esse problema: falta tempo.
O que fazer? Ainda estou trabalhando na resposta.
Em breve postarei sobre as funções da igreja.
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Outro dia percebi que um colega apagou meu link do seu respectivo blog. Fiquei um pouco chateado mas logo me lembrei que já fiz o mesmo com o link de outra pessoa. O motivo: ele nunca postava nada. Hoje a situação se inverteu e o blog por mim "deslinkado" está a todo vapor. Conclusão: acabo de recolocar o link.